Eterno
viajante.
Amante
da Solidão.
Hoje,
tornas-me Passado.
As
Memórias ficam,
De
Antigas glórias,
De
Sonhos completos.
Mas também as mágoas,
As
penas,
Pesam
na alma.
Por
isso, Dá-me Tempo,
Para
sorrir
Àqueles
que detestei.
Nu de
raiva,
Nu de
vingança,
Dá-me
Tempo.
Sem
palavras de ódio,
Sem
olhares ressentidos,
Antes
de morrer.
Ontem
o Sol nasceu
Uma
última vez
Para
mim.
Quis
despedir-me,
Mas as
lágrimas
Prenderam-me
as palavras.
Tempo,
Tempo, Tempo,
Porque
passaste
Sem
esperar por mim?
Tantos
sonhos,
Outrora
perfeitos,
Desvanecidos
pela idade.
Agora,
sem Tempo,
Agora,
sem Sonhos,
Choro
por mim.
Choro
pelos que virão
Cheio
de Sonhos,
Para o
Tempo os levar.
Choro
pelos que foram
Cheios
de diferenças,
Cheios
de Igualdades.
Choro
pelos que ficam,
Aqueles
que ainda sonham
Sem
realmente acreditar.
Oh
Injusto Tempo,
Levas-me
o velho corpo
Sem
envelhecer a alma.
Comandas
a vida,
Comandas
a morte,
Mas
não me comandarás.
Uma
bala na cabeça,
Pelos
que vêm.
Pelo
que foram.
Pelo
que ficam.
Uma
bala na cabeça,
Por
mim.
Porque
no fim do Tempo
Só eu
me interesso.
Pedro Nunes
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