Saudade, palavra que dói falar, tinhas de
ser inventada só para mim, crua chama
que queima e chama os olhos a chorar
pelo que não mais podem mais ver
Vagueio nesse mar, tão longe o silêncio
difuso o horizonte e as cores outrora vivas
Éter em que a minha alma está embebida,
navegando tempos idos
Lugar em que nos perdemos, terra sôfrega
que nos consome e gasta o frágil coração.
Quero voltar e reavivar as vozes, os cheiros,
cores, caras e lugares
Voltar.
Pudesse haver barcos para voltar e sanar
corações batendo na cadência de lágrimas
revivendo cópias baças do que um dia foi
som e odor e luz e riso
Saudade, saudade de quem por mim passou
E no vento se apartou, deixando silêncio.
Das histórias, dos portos em que me fiz,
em que parei e vivi, cheia de amor
MF
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