quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Pessoa, Nietzsche, Goethe, Kafka, Plath

Ah! Irmãos das minhas angústias!
Já não me sinto só -
Só na minha dor sem razão.
Só nos meus dramas funestos
revolvidos e recalcados.
Só na minha solidão.
Só no amor que corrói.
Só no cansaço.
Só no desespero.
Só na ausência de sentido.
Só no absurdo.
Só na ânsia da completude.
Só nesses abismos de quem pensa
cada pensamento.
Só nessa treva do entorpecimento
em que vagueio sem sentir.
Já sofreram antes de mim, já
disseram tudo antes de mim
com uma arte que não pode ser
ultrapassada, mas não importa:
Só escrevo para comungar
e me curar.

Se sofremos o mundo, que a dor seja um poema.
Um poema de camaradagem.

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