Por caminhos flutuantes,
sonho e encontro-te
leve, sem corpo, sem chão
penso sermos reais
o nosso beijo, as tuas mãos
os teus braços, ao redor
da minha fragilidade...
É noite cerrada, a lua alta
vê-me dormir:
serena, criança indefesa
que conheceu o amor
pobre atormentada criança
criança quando durmo
mulher quando te sonho
estamos longe,
estamos perto,
estamos perto,
no meu sono febril
até a luz da aurora
romper pela janela
e extinguir o paraíso
atrás dos meus olhos
Acordo, já te foste.
Desvaneces-te deixando
o rasto de uma saudade,
travo amargo na boca,
penumbra dorida e oca
Ah! piada cruel dos deuses
esta de desenharem
os sonhos tão vívidos
Desvaneces-te deixando-me
só e vazia na manhã
ainda te amo,
mas não te quero amar,
não te quero sonhar
estás tão perto,
estando longe
o ciclo repete-se,
Por caminhos flutuantes,
sonho e encontro-te.
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