terça-feira, 24 de março de 2015
Delírios Públicos #3
Na noite, fria e insegura, encontro um conforto psicológico único. Ouço as vozes no autocarro mas é como se falassem outra língua da qual não consigo decifrar nem uma palavra. Sinto-me um marciano mascarado de humano, a viajar pela Terra.
Pela janela, vejo as brilhantes luzes da ponte a aproximarem-se conforme o autocarro segue o seu percurso. A minha mente vagueia, livremente, tocando ao de leve nos monstros na minha cabeça. Segue o curso do rio, deitada naquele mar de delírios, e observa as margens completamente cheias de monstros, a pular para cima uns dos outros, a tentar aproximarem-se mas o rio, escuro e estrelado como o céu nocturno, protege a minha mente.
De repente, alguém senta-se ao meu lado, acordando-me do meu rio. "Não digas nada" penso para mim "Não quero palavras de desconhecidos, só o silêncio. Não quero ver-te, não quero ouvir-te, não quero perceber-te. Só quero estar ausente."
Só assim, ausente, me distingo dos monstros que habitam a minha cabeça.
PN
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