"Onde vamos? Para onde
vamos? Prende-me ao chão agora, agora que não sei saber não ter asas."
17.07.2015
(...) E por fim: “Prende-me ao chão agora, agora que não sei saber não ter asas." – Este verso causa-me dores de cabeça, - agora que não sei saber não ter asas? - falo para alguém e pergunto para onde vamos e peço que me prenda ao chão agora que não aceito a inevitabilidade de não poder ter asas, de não ser leve por natureza e transcender a condição humana. Prender-me ao chão simboliza uma grande chapada na cara, como quem, “acorda, não sonhes com as Alturas, contenta-te em caminhar nesta terra comigo porque somos humanos.” Acho que foi isto que quis dizer, mas é muito confuso. O verbo “ saber” se for substituído por “ aceitar” é mais compreensível : Agora que não consigo aceitar não ter asas, que sofro por não poder transcender, é o momento mais crítico e neste momento - prende-me ao chão para não me perder ainda mais.
(...) E por fim: “Prende-me ao chão agora, agora que não sei saber não ter asas." – Este verso causa-me dores de cabeça, - agora que não sei saber não ter asas? - falo para alguém e pergunto para onde vamos e peço que me prenda ao chão agora que não aceito a inevitabilidade de não poder ter asas, de não ser leve por natureza e transcender a condição humana. Prender-me ao chão simboliza uma grande chapada na cara, como quem, “acorda, não sonhes com as Alturas, contenta-te em caminhar nesta terra comigo porque somos humanos.” Acho que foi isto que quis dizer, mas é muito confuso. O verbo “ saber” se for substituído por “ aceitar” é mais compreensível : Agora que não consigo aceitar não ter asas, que sofro por não poder transcender, é o momento mais crítico e neste momento - prende-me ao chão para não me perder ainda mais.
Resposta de G:
"- Nós nunca mais vamos ter
asas. Mas isso não nos impede de fechar os olhos, lembrarmo-nos que já as
tivemos, e criar como se tivéssemos. Mas aceitando, como disseste bem, que ao
abrir os olhos, essa perfeição que só se atinge com a imaginação não vai estar lá.
Mais uma vez o neo-platonismo, a diferença do que idealizamos (porque imaginar
perfeitos não custa – quando fechamos os olhos, quando sonhamos acordados, e
tocamos com a mente no Logos) e o mundo que, não fosse a criação imperfeita do
demiurge, continua constantemente a forçar-nos, a ensinar-nos a fazer o melhor
com o que temos´
[Excertos de conversas com G, explicação de alguns versos da minha escrita
automática.]
MF
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