E de repente uma tristeza anónima infiltra-se-me no centro do que sou. É a tristeza de ter morrido mil anos dentro de mim na minha eterna espera por algo que nunca veio e nunca encontrei, por não saber o que procurar. A tristeza de a vida me ter sido sempre estranha, o amor tão perto e tão distante, todas as pessoas um adeus. Um adeus cujos os passos deixaram marcas indeletáveis porque os pintei tão belos, na imaginação. A tristeza de me sentir tantas vezes estrangeira, mesmo dentro de mim, de ter um coração taciturno, de ter mil e uma histórias inacabadas, de me sentir estagnada num prólogo de um livro cheio de possibilidades e paisagens vivas...
MF
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