inutilmente, obsessivamente,
em rasgos raros de imagens
que perpassam a minha mente
palavras em torrente procuram
pintar o que não sei, descansar,
acalmar tempestades sem nome
Escrevo sem nexo, in média rés
caos de palavras e pensamentos
à espera de me acordar deste
torpor consciente
Para mim são todas as palavras
escrevo, talvez, para ler a alma -
serenidade desassossegada, dor
calada, memórias sem estradas
resquícios de sonhos inebriados
ímpetos de sangue jovem
Criei mil mundos dentro deste
mundos efémeros que me falharam
Morro de novo, vazia em mim
sorvi o universo num trago, caí
num céu sem tempo, perdi-me,
vãs foram todas as promessas,
menos que vento, tão fugazes
choro sem chorar - colossal
e desperdiçado esforço
Choro a irremediabilidade da minha
sina de ser Só na flor da vida
Choro a irremediabilidade da minha
sina de ser Só na flor da vida
leio o emaranhado desconexo
de imagens e memórias vívidas,
busco saída das teias a que amo
estar presa
Tento encontrar partes de mim
no mundo, encontrar um sentido
Tento encontrar partes de mim
no mundo, encontrar um sentido
em cada manhã, em cada abraço
cada dor e cada graça. Encontrar
sentido aqui. Alcançar-me, conquistar-me,
tomar as rédeas de mim
sentido aqui. Alcançar-me, conquistar-me,
tomar as rédeas de mim
Quis ser tudo, sendo nada
quis-me dar, sem ser minha
Sou máquina feita de carne, sou profeta,
adivinhei cada dor, tragédia, na esteira do Sol
sou um labirinto de vontades e desalento
sou cada lágrima vertida ou retida, por
cada história sem adeus.
Sou inerte. Sou sem ser o que não sei
sou um caos, tentando achar ordem...
Muito sentido... muito maturo.
ResponderEliminarMuito obrigada pelo seu comentário, é muito importante para mim receber esse feedback.
ResponderEliminarFoi talvez o meu poema mais espontâneo e tive medo que soasse um pouco " caótico", para ser realmente entendido. No entanto, era esse o meu estado de espírito... Muito obrigada, críticas são bem vindas :)