segunda-feira, 16 de junho de 2014

Moonlight


Tal como a lua que brilha no meio da escuridão, eu tive uma luz que me iluminava. Por momentos, fui quem sempre quis ser. Senti o chão sobre os meus pés, como se nunca tivesse andado. Senti o sol na minha face, como se não houvessem mais sombras. Senti o vento nos meus cabelos, como se pela primeira vez acordasse para este mundo. Por momentos, esqueci a solidão, a tristeza, a depressão... Por momentos, esqueci tudo o que me atormenta e simplesmente senti. Nunca pensei que alguém como eu pudesse atingir tal felicidade.
Hoje, ao escrever estas palavras, sinto de volta a solidão, a dor, a repulsa que sentia por mim. O tempo pode curar as feridas mais superficiais, mas nunca esquecerei a dor que causei. A culpa vai, para sempre, assombrar-me a alma como nenhuma sombra antes o fez. Nunca voltarei a sorrir com tanta inocência, nunca voltarei a sentir como tanta intensidade... Os meus medos serão mais fortes, as minhas inseguranças, mais reais. Ainda assim, nunca esquecerei as memórias desse tempo. Como, por momentos, não existi apenas. Vivi.

PN
 

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