quarta-feira, 30 de julho de 2014

Cega fé





29 de Julho de 2014
~00:03

Acredito nas pessoas como acreditam em deus: cheia de fé, negando factos que contrariam a crença pela ânsia de ver um mundo com sentido. Nunca aprendo: enlevam este coração, somente para o largarem das grandes alturas. Não sei porque o fazem, não sei porque o fizeste, depois de todo este tempo. Não sou pesada, sou leve sendo amada. Porque me deixam entregue a mim depois de, por livre vontade, tomarem-me a alma?

Olho o céu, olho as estrelas tão distantes e sozinhas umas das outras. De repente sinto um vazio enorme, sinto no ar nostalgia, vagueio no meio de promessas e visões que nunca foram mais que quimeras. 
Quero tanto estar viva além de mim, quero tanto ter memórias que não tenho, quero tanto sentir aquilo que quero sentir. Quero tanto.

Nunca aprendo. Talvez não queira aprender que as pessoas são podres máscaras inconstantes. Sou ainda uma criança, uma criança velha que se maravilha com as coisas simples, tão sensível e tão fria, tão arrebatada e tão desiludida. Uma criança cheia de lacunas que tenta preencher, à espera de súbitas revelações, pintando o mundo de cores que não existem, cegamente acreditando que o núcleo de tudo é bom.

Acredito nas pessoas, acredito ingenuamente nas suas palavras. 
E abandonas-me, mais uma vez.,.



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