sábado, 19 de julho de 2014

Noite



É noite, imploro para dormir
as horas passam, a mente corre
inspiro, expiro, tentando em vão,
adormecer
sinto envelhecer mil anos na quietude
colossal o cansaço nestes olhos
É noite, imploro o olvido
pudesse eu esquecer-me de mim
para viver
mas sou cega para o mundo
para o sol, para o vento neste rosto
enclausurada em algo incorpóreo
morro em algum lugar cá dentro
É noite, imploro para ser dia
e acordar sem pesos no coração
É noite, imploro ao tempo dó
embatem-se exércitos, calo o grito
"Deixem-me só, para me restaurar"
mas no silêncio da noite vagueio,
sussurro, " não me deixem só"
porque só, tenho medo e escrevo
escrevo, sem fé de coisa alguma
como dizem que sou fria?

Dói tanto não saber viver,
fora de mim.

MF


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