Sou uma cruz, um verso de indefinição
desconheço-me e conheço-me na solidão
pauso a vida num tempo morto, retrocedo
aos confins de mim.
Sou a calma fingida de um mar que se contém
persigo-me, fujo-me, ficando sempre aquém
quadro abstrato que nada diz a quem se
não aventura a desvendá-lo.
Sou o cego que quer ver
a dor de querer sentir
Sou uma paranóia lúcida .
MF
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