domingo, 5 de outubro de 2014





a tua imagem corre frenética, roubas-me os dias
morro, sou um peso morto 
a querer sentir.
os lábios secos, os gestos gastos
e estes olhos repousados na memória dos teus

estas palavras são riachos de uma montanha
colossal e cinzenta
parada, ante as visões
de um passado fulgurante
e futuros que podiam ser, maresias cálidas
e universos condensados só de nós
sinto saudade estagnada
e choro sem chorar esta poesia que dizem ser
pueril, frenesim ingénuo 
mas sabem lá, o que trago dentro de mim!

fervilho em palavras, explodo na abstração
adormeço inerte na minha sensibilidade
lesada, sempre ávida por mais
um mais que nunca veio
e se oculta por detrás de algo, figurado
em símbolos e formas inescrutáveis à razão.

MF

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