sexta-feira, 3 de outubro de 2014




[o poeta]

II

Amo o ar onde te ergues,
onde te ergo, onde te faço
na insónia com palavras
és real, na tua irrealidade
esculpo-te, enfim,
no silêncio de mim

Nasce-me crua esta saudade
esta tristeza
por alguém que nunca veio
cego e louco anseio,
por esse alguém que criei
e nunca vi.

(mostra-te para mim)

MF

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