sábado, 7 de fevereiro de 2015






1h30


Afasta-te. Eleva-te. Além da terra. Além do espaço. Além de ti.
És pequena. Atómica. Dás o peso do sentido supremo aos sentimentos.
Por isso choras assim. O céu indiferente.
Ligas-lhe. Mas sabes que não tens coragem, voz. Entre lágrimas. Desligas. Inventando uma cena fílmica. Onde tivesses coragem. Onde ele chorasse por te ouvir chorar do outro lado.
Nunca foste tão humana. Nunca foste tão indefesa.
Frágil. Criança. Menina.
O passado não se repete no presente. Porque lhe ligas?
Beija o amanhã. Beija-o amanhã. De noite. É o mesmo mês do outro ano. Mas a história vai ser nova.
Beijarás sempre de noite. Porque a noite está cheia de estrelas. Longínquas. Testemunhas gloriosas de amores e cansaços.
Só te podem dar a sua luz. O seu silêncio. Abrir-te passadeiras de dias por preencher, por estrear.
Ele é poeta. Vai com ele. Ele sabe-te. Ele perdoa-te. Ele sabe que que és poeta e vives com fantasmas.

10h14

Faz frio aqui. às vezes. Por isso amamos. As mãos ficam quentes. Sente-o espelhado. Vive-o.
E o Universo não te parecerá vazio.





MF


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