segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015






*


preenches a solidão física
básica, primitiva
mas deixas vazia a solidão psíquica

apatia no seio de um abraço tão humano
percorro confins proibidos
estou cansada
vacilo entre o céu e o inferno
no teu beijo não apago o Tempo
choro ao teu ombro e não te olho os olhos
porque mereces mais que esta sombra que escreve
e perverte felicidade,
na esteira de imagens recalcadas nas insónias,
desculpa.
ainda o amo de modo profundo e agitado
com o olhar marejado de inocência e tristeza
ainda sou jovem
ainda estou aqui
mas às vezes não estou
talvez queira tempestades no sangue
e fel nas entranhas
confluência baça de extremos
doces instabilidades prepotentes
dor juvenil da ausência do amante por um dia
e no quotidiano lembrar-me de ti
em paisagens
em músicas
e confundir-te com vultos citadinos
e não pensar
não pensar
- que eu pensei toda a vida e só não pensei em viver.




MF




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