domingo, 1 de março de 2015
Delírios Públicas #1
Pela janela do autocarro, relembro, na melancolia da chuva, os tempos de outrora. Relembro a minha infância, de tudo o que matei para me tornar naquela criança. Eu sou a consequência de todas as decisões que tomei na altura.
Queria tão desesperadamente ser alguém, ser reconhecido, ser notado, existir para lá dos que me rodeavam... Quando fechei as portas e as janelas, quando tranquei tudo e engoli a chave... só me restaram as palavras. E foi com palavras que desapareci do mundo real e entrei no meu mundo perturbado, consumido pela raiva e pela dor.
Não sou quem sonhei ser. Nunca serei. Nunca serei normal. Na minha cabeça, revolvem-se os pensamentos de mil homens e todos eles são eu. Observo o mundo sempre como um forasteiro, falo com desconhecidos como se nem humano fosse.
Não sou mais que a carne digerida daquela criança: mastigado, engolido e destruído pelos ácidos.
PN
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
[Serás humano até ao fim] caminhas tocando as paredes numa divisão obscura os caminhos múltiplos, as escolhas pressionadas por um tempo de...
-
Rascunhos ( Novembro (2018) - ? ) * almejava um choque de rompante um frio que arrombasse os ossos e os acordasse uma dor ...
-
Tremendo sob as mãos de um deus já não é pai paira como temor sem amor penso quadros abstractos penso pinturas rostos humanos ac...
Sem comentários:
Enviar um comentário