segunda-feira, 6 de abril de 2015




23/03/2015 



descalça-te. encontra-te comigo na solidão
não fales onde o silêncio sangra palavras
acendi algumas luzes para ti
vê-me, em silêncio
não me contes as coisas que deixei de ver
as coisas lá fora nada me dizem,
o céu e o inferno aconteceram dentro de mim.
descalça-te. este espaço é sagrado 
mas deixei-te entrar
ainda sou eu,
ainda estou viva, (segundo os diagnósticos científicos)
mas envelheço neste quarto
ainda estou viva 
algures longe em mim
nunca aqui -
só nos espaços da cidade que preencho com fantasmas,
só nos templos internos a que regresso.
só onde os meus olhos param sem expressão 
em algum lugar que não vês.

sou um corpo lento, face apagada que esconde todas as estradas
que te guiariam até a mim.


MF

to b.






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