segunda-feira, 6 de abril de 2015





21/03/2015 


   A escrita e o piano já não funcionam. Eram formas de abstração. Interrompes-me, escalas os confins da memória para onde te lancei na esperança de te calar. Vens. Disparado de cada canto da minha mente.

   Pega nas sapatilhas e vai correr. Sentir o vento no rosto. O vento no corpo. A vida no corpo. Respira fundo. Bebe as cores do céu ao final do dia. O sol derrete-se atrás das montanhas deixando no céu o rasto da sua presença. É ainda mais belo quando está a ir embora.
Acalma esses olhos. Ele sabe que o amas, tem de saber. Ou amanhã morres e não lhe disseste para ele ir ter contigo, só mais uma vez. Morres sem lhe teres contado todas as vezes que choraste, e todas as vezes que retiveste as lágrimas. 

Prolonga o pôr do sol da sua ausência. Nunca deixes ser noite.

   


MF


N



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