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Memorandos
Abril
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30.04.2015
15h20
Estou sozinha.
Todos os da minha espécie morreram ou estão igualmente longe.
15h04
Afunda te na plena catarse
e ascende como montanha
15h01
Corpo morto à espera de ser vida
Durmo enquanto caminho pelos dias
29.04.2015
23h04
Quero descobrir a noite, sentir o desconforto atento da vaga alucinação que quase te convence de que nada disto é real e és uma super consciência caída num sono de sonhos materiais. Quero tanto mas não tenho força... somente o sempre cansaço que me leva para casa mais cedo, antes de a noite começar.
22h53
Quero tudo aquilo na iminência de perder. Se amanhã não estiveres cá, irei querer-te.
Confundir-te-ei. Andei sempre fora de sincronização com os corações que um dia me quiseram. Confundir-te-ei. E serás o novo emergir de palavras.
27.04.2015
22h48
Beija-me.
Que amanhã morremos e não nos amámos.
9h11
Ergues assim, todo o teu peso renegado sobre mim´
E cresço no teu silêncio.
E choro no teu espaço
E morro e ascendo na tua cura violenta.
Tenho um coração pequeno que condensa a poesia de um milhão...
8h54
Contivemos as estrelas nas nossas mãos
Em instantes gráceis da nossa mortalidade
Sei que deus faz parte de nós, por todos esses instantes cheios
1h28
Resguardei o meu mundo, dei-te metade de mim.
0h23
Nunca quisemos nada além do derramar anímico,
e por dentre os interstícios de nós, acordarmo-nos,
um no outro,
14.04.2015
1h45Matámo-nos de vez e ficámos vivos para escrever.
13.04.2015
21h01as horas findavam e nós sem as vermos
e com elas a juventude,
o Sol magno que nos esquecia dos dias e nos fazia mais altos
10.04.2015
1h24
Não são palavras que gritem,
que esmaguem, conquistem e matem,
desmintam, o que eu menti
Que nasçam em ti,
rompendo o silêncio
e trazendo-te a mim
eu sempre estive aqui.
3h56
O teu corpo é o teu corpo,
a tua alma inventei-a
Encerro a ficção onde navego
Comportas a minha fantasia
3h53
Os corpos querem-se; as almas desnudam-se
vago e cheio anseio de completude
Sangue. Tempestuoso;
Saudade, de ti
onde dorme o teu corpo, vem a mim
onde está o teu corpo, se te tenho a alma?
Desvarios sem sono perdem-se na noite
desejo-te,
mas não te quero, afinal
amanhã não nos quero, apenas agora a juventude grita,
É a solidão do meu corpo que te chama
ao meu corpo sem chama,
deserto encanecido, febril corpo frio.
MF
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