sexta-feira, 19 de junho de 2015



(Canções de carne)

No Inicio, haviam Almas que se pressentiam
em limiares diferenciais de ar e pressão e tons
na Imensidão do espaço entre estrelas,
colheram o segredo das Cordas e entrelaçaram
numa Dança, as ondas vibrantes
com os dispersos vestígios materiais inertes;
e assim teceram corpos para que pudessem
vislumbrar o rosto das vibrações Menores e Maiores
que são tristes e alegres
por desígnio de uma qualquer Razão,
e os corpos, uma vez talhados da Matéria
acordaram, imediatamente esquecidos aqui na Terra,
onde nos implantámos num Olvido,
para que o Ser experienciasse vendado,
a Eternidade e a Mortalidade da Carne;
para que tivessemos um Peso,
para que nos tocássemos,
e o Indizível volátil moldasse sob a pele
a sua Imanente natureza,
traduzindo-se assim por inteiro e em silêncio,
na forma de gestos, e faces enternecidas ou extáticas,
e em mãos que falavam o Universo ao tocarem-se;

Almas. Descemos.
para que com os olhos humanos vissemos,
 - a Expressão Material de tudo o quanto ama e dói em Nós.


MF

Sem comentários:

Enviar um comentário

  [Serás humano até ao fim] caminhas tocando as paredes numa divisão obscura os caminhos múltiplos, as escolhas pressionadas por um tempo de...