7 de Julho de 2015
Que dizer, que escrever? Olho o mundo lá fora, percorro-o - no meio da imensidão do céu, bandos de pássaros; no pátio, o tremeluzir da luz no lago dos peixes; no horizonte, as montanhas a erguerem-se verdes diante os meus olhos plácidos. Essa paisagem...e uma escuridão dentro de mim se fico a sós com ela. Distraio-me. Com livros, romances, filosofias, com o piano, com tudo o que me esquece de pensar e vir à tona com a convicção de que nada sei, e com a nostalgia, medo de envelhecer, medo de me ver, e pela pressa de saber, abarcar tudo, todas as iluminações de homens que viveram antes de mim, e talvez entender se morreram em paz. Pergunto-me acerca da natureza da verdade, ergo no ar teorias de hologramas, de sonhos de deus, do acaso que influiu na matéria inerte a semente do espírito, e penso na música - como alguns violoncelos aparentam choram nas mãos de músicos grandiosos, como os acordes menores soam tristes, e os maiores alegres. Que estranha ciência... pode isto significar que tudo é expresso por meio de ondas? Que há poesia no caos?
Oliver Coates: https://www.youtube.com/watch?v=RuZwzoj85C0
MF
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