quinta-feira, 1 de setembro de 2016





eu vi um dia um fogo sagrado animando o coração de um homem
e ele voava, o seu sangue era um pássaro-riso

e no olhar, como escrever um olhar? - se tivesse o dom da palavra
eram lagos de ancestral beleza,
cem mil anos ou eras profusas desenharam o Espírito,

da cor das cores que não se vêem mas são vistas como essência
todas as células, todos os sentidos
dizem - eis um anjo que é humano, tão mais que um anjo por isso
pela carne, pelo olhar, pelas costas doridas, pelo coração ferido
tão pequeno mas sequioso de amar o mundo inteiro

eu vi um dia que dançava dentro de um homem a vida toda
e tocando-me tocou-me - com a própria vida exilada de mim
e só havia saudade de amanhã

(e o meu espírito acompanhado para o resto da viagem.)


MF



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