sábado, 8 de outubro de 2016




7 de Outubro


Eu tive os meus nervos de súbito envoltos pela possibilidade

Pela imensidão, e não podia acreditar não haver palavras, linguagem material que o falasse, o reunisse , o compreendesse inteligível. Um abismo enorme de luz, uma visão fragmentada feita de mil sentidos amalgamados
Prenúncios, intuição ancestral, abertura, respirar nesse espaço quase sufoca, ver quase cega.
E então fecho os olhos e desço ao mundo dos conceitos,das limitações espaciais e temporais. E há morte aqui, mas é tão concreta, negra, resoluta, que a razão a beija com medo das divagações cósmicas, com medo de não saber tece um saber final, ponto final, como se o céu tivesse final, e a música, e isto de ver, estar aqui quando tudo e resto podia ser paisagem, ilusão.
Só tu sentes que és, profundamente, continuamente, com carne e mais ainda com o espírito. 
Não pude acreditar nos prenúncios que se desenrolavam para lá das palavras escritas, em bifurcações, afluentes indizíveis 

mas o ser soube - que nunca iria saber mas é enorme.
E isso o prende à sua luz.



MF

        to: A e Gamoneda



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