os nossos risos ecoam perpétuos, como melodias
cálidas de eras passadas embebidas de graça
dentro de mim, dou significados aos nossos
silêncios, talho palavras que se dissipam no vento
Sonho, em inebriado devaneio, trilhos oníricos,
uma paragem num ermo sem tempo ou lugar
onde as almas comungam etéreas um silêncio
que tudo diz e conta, um lugar sem pesar
pergunto-me se estaremos lá
Só mais uma história, igual a tantas outras,
se julgada de fora em erro, sinfonia única para nós,
que fomos eternos aqui, que fomos eternos em nós
Esta mente não se separa do que já foi e tenta
de novo e de novo, em inútil e apaixonado esforço,
encontrar as mesmas águas onde um dia se banhou,
sorver de novo cada sensação, cada olhar, enfim...
Mas o rio corre veloz para um mar, não volta atrás
por mim...
Agora só resta o silêncio, esta distância que se fez
As memórias, os momentos, olhares e histórias
Agora só resta este poema, para mais tarde ler,
testemunho amargo, de um amor que se desfez
MF
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