quarta-feira, 18 de junho de 2014

Sorri, cedo de mais



Calma só à superfície, mar revolto por dentro
os nossos risos ecoam perpétuos, como melodias
cálidas de eras passadas embebidas de graça
dentro de mim, dou significados aos nossos
silêncios, talho palavras que se dissipam no vento

Sonho, em inebriado devaneio, trilhos oníricos,
uma paragem num ermo sem tempo ou lugar
onde as almas comungam etéreas um silêncio
que tudo diz e conta, um lugar sem pesar
pergunto-me se estaremos lá

Só mais uma história, igual a tantas outras,
se julgada de fora em erro, sinfonia única para nós, 
que fomos eternos aqui, que fomos eternos em nós

Esta mente não se separa do que já foi e tenta 
de novo e de novo, em inútil e apaixonado esforço, 
encontrar as mesmas águas onde um dia se banhou,
sorver de novo cada sensação, cada olhar, enfim...
Mas o rio corre veloz para um mar, não volta atrás
por mim...

Agora só resta o silêncio, esta distância que se fez
As memórias, os momentos, olhares e histórias
Agora só resta este poema, para mais tarde ler,
testemunho amargo, de um amor que se desfez

MF

Sem comentários:

Enviar um comentário

  [Serás humano até ao fim] caminhas tocando as paredes numa divisão obscura os caminhos múltiplos, as escolhas pressionadas por um tempo de...