terça-feira, 11 de novembro de 2014
11-11-2014
[rascunhos, cansaço]
envolve-me um sono tão cru. peço à vida para me ver.
acordo triste, o descanso cansou-me. talvez obra de um sonho que se esqueceu ao acordar. obra de recalcamentos que sobressaem vivos e se erguem assumindo novas formas figuradas e dissimuladas, vencendo a razão que os enterrou, que os abafou. desvanecem-se, mas deixam no ar inusitado incómodo. o corpo pesa mais, a gravidade triplica, mas é mais um dia. levanto-me para a repetição dos dias.
implodo por não sei que causa, por não sei que tempestades ou farpas ou histórias inacabadas.fiquei a meio de tudo aquilo a que me propus finalizar, a meio de tudo aquilo que nunca planeei. a meio, enfim, de tudo aquilo que poderia ser e sentir.
dentro de mim rearranjo-me, invento as fórmulas para o dia de amanhã.
haverá uma manhã, a sua concha igual a todas as outras manhãs, em que acordarei outra. quem quer que eu queira ser. explodir-se-ão todas as palavras necessárias. transparente cristalina como as águas, ver-me-ão, ver-me-ei,
mais que estátua, mais que um agregado desconexo de improvisações quotidianas e triste amostra humana, perdida em terras mortas e em horizontes, miragens nefandas, cantos de sereias e naufrágios recorrentes.
abandonada e sedenta em ilhas sem nome, imateriais mas reais, aqui dentro.
um dia, uma manhã. a alma será.
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