domingo, 4 de outubro de 2015





I

não mais o assombro desmedido que acalenta o sangue,
não, não mais,
a subtração do universo, o saque das estrelas por nós
incomportáveis a corações destinados à decadência
não mais o travo a sol e resquícios vários
de possíveis certezas de uma eternidade aqui,
ou de um deus poeta, receptáculo, canal,
baía ominisciente onde desaguam
cada pedaço incorpóreo aqui na terra,
pedaços raros, inspiração
lúcida, beleza resgatada e vestida no ar
a sós ou a dois
não, não mais
a possibilidade de paraíso no meu sangue
porque as cíclicas rupturas doem mais na sensibilidade aguda;




MF



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