Desvaneço na minha vastidão árida.
Trepaço-me, completamente,
(Qual lâmina afiada)
Com uma palavra vã.
Sinto, devagar, suavemente,
Cada nervo do meu cérebro,
Cada célula do meu corpo,
Cada átomo da minha essência,
Silenciando o seu canto.
Ouço, nos seus cantos mórbidos,
A crença de um mundo melhor,
De algo real.
Mas eu sou as florestas queimadas.
Sou os rios secos.
Sou o paraíso dos mortos.
E na inconsistência da minha alma,
Tudo o que é real
Queima com as florestas,
Seca com os rios,
Sufoca com o mundo.
Sou o produto dos sonhos desfeitos de mil homens.
O vento que me esvoaça o cabelo,
Que me alimenta a fogueira,
Que me embala no sono,
É o mesmo que me abre as cicatrizes.
O vento que me esvoaça o cabelo,
Que me sustenta no ar,
Que me acalma a fúria,
É o mesmo que me condena a cada passo.
Sou guerra e paz, em tudo.
Por isso, meu amor,
Salvaguarda-me a alma.
Não vá eu quebra-la,
Só para não sentir.
Não vá eu pisa-la,
Só para esquecer que existo
Dentro desta máquina oleada de existir.
PN
quarta-feira, 23 de março de 2016
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
[Serás humano até ao fim] caminhas tocando as paredes numa divisão obscura os caminhos múltiplos, as escolhas pressionadas por um tempo de...
-
Rascunhos ( Novembro (2018) - ? ) * almejava um choque de rompante um frio que arrombasse os ossos e os acordasse uma dor ...
-
Nos meus poemas vive a dor. Acumulei-a com a vida, Em tudo o que me deixei perder. Refugiei-me nas palavras, Foi o mais perto q...
Sem comentários:
Enviar um comentário