segunda-feira, 3 de abril de 2017
Eu não sabia do devir.
Do sangue
Caiada ontem num apagado quadro
de floresta e névoa
Eu não sabia do devir
Do sangue
E como este sempre vem do mais fundo
da vida
Eu não sabia do devir
Do sangue
(e então chorava)
Criança, carreiros solitários de poesia
e silêncio fora
tentando o sentido dentro
do dessentido de ter sido
o amor embebido em ruído
Eu não sabia do devir
do Sangue
que me trouxe a alma
que me atravessou a alma
que me respirou-inspirou a alma
Eu não sabia do teu rosto, do teu nome
da tua brancura
do teu corpo, amor
eu não sabia que podia voar
depois das feridas entre-abertas
eu dizia que a tristeza era uma gravidade maior
que aquela que nos prende à terra
ela prendia-me somente
a um plano sem tempo ou lugar
levava-me o coração, amor,
e deixa-me o corpo a pesar
Mas eis que então chega o Dia
em que chegas, sem saber,
à minha existência muda e ferida
à criança que não podia ser mulher
até ti.
(Ninguém nunca sabe do devir
- é a Vida.)
MF
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