segunda-feira, 24 de julho de 2017



23 de Julho de 2017 ( Diário)

"  - Leva-me ao colo, disse, - se adormecer."
E tu levaste-me, os meus olhos fechados, levaste-me e estas cenas perfazem a vida. Ou tudo o que importa nela - o calor. o amor, simples e sinceros.
E eu virei-me no escuro para te agarrar. Estava frio dentro da cama. Quis ouvir-te - teu sangue, tua respiração, sentir, teu calor. E o desejo cresceu como sempre cresce nas noites. Mas o cansaço do dia era maior e então fundimo-nos de outro modo: do modo mais humano, afinal, do modo mais amor, afinal - além do frenesim da carne e do sangue de outras noites; a própria candura do céu feito no toque abraçado de dois corpos amantes em silêncio, no precipício calmo e hipnótico do sono.
Sei quanto te amo, mais hoje que nunca. Amo-Te. Não preciso de dizer o Teu nome. E se bem que as lágrimas sempre permaneçam dentro eu sou mais feliz que nunca. Felicidade como um tesouro permanente que tenho em nós, por mais oscilações emocionais que existam. Eu sei. Mas quero aprender contigo - a transcendência do medo e do apego. Tenho medo de não me lembrar de mim sem ti.  Quero um apego com memória de mim e do meu espírito. Quero um apego sem dor. Quero um apego livre no seio do Amor.

Falo da noite mas que dizer do dia? Tinha saudades de me rir assim contigo, como o vejo agora na memória. Não vos posso escrever as imagens. São das mais simples. Somos só nós e chega, não há ciência, não há linguagem e eu quis que houvesse só para sossegar, esclarecer, a minha razão. Tenho medo, escrevi nos primórdios, mas quero sentir assim. Assim mesmo como te sinto mesmo que me doa às vezes. Sentir tanto. Querer explodir, êxtase, alegria e por fim a calma desse mar. Saber-te precisamente onde eu estou. Estarmos juntos além dos corpos. Estarmos juntos na frequência irrepetível do sonho vivo de Nós.


MF e  minha tentativa de escrever a felicidade.
to TS

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