terça-feira, 27 de novembro de 2018






A febre das possibilidades incertas
Os rios e tudo o que poderia ser
O grande carrasco ao meu encalço
E à esteira de todos
Mas sobre a minha cabeça pesam
As nuvens entreabertas
Visões desfocadas
Tremores de terra
Tempos como dimensões amalgamadas
O esquecimento do meu amor
No núcleo dos tambores
A dispersão que enevoa a linha
A cor, os contornos
A confusão dos caminhos
Simplesmente
A vinda de uma mensagem, um sinal
Um anjo , um reflexo na pedra
(Estive atenta ?
Ou confundi a mensagem ?)
Tateio pela luz
Vagueio nos sonhos
Acordo sem nada outra vez
Apenas escrevo, outra vez
(Cartas a um destinatário mudo)
E ainda sou a imagem de um berço
Frente ao mundo
(E destruir a asa dar-me-ia o mundo ?)
A estrutura dos mais duros impérios
Duram mas também caem
A forma oca bela
Sem alma
De pé nos anais do tempo
Não tenhas medo
Talvez as coisas de alma
Se dissolvam
Mas aquecem-se por fim
Junto à terra
E no último suspiro
Não foram pedra
Mas inquietas gotas
O brilho nos olhos das mais frágeis coisas
(No mundo poderias ser
Alma até ao fim ?)







MF

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